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viernes, 19 de julio de 2013

Até ao Verão



Deixei
Na Primavera o cheiro a cravo
Rosa e quimera que me encravam na memória que inventei

E andei
Como quem espera
Pelo fracasso
Contra mazela em corpo de aço
Nas ruelas do desdém

E a mim que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual

Vi sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida
Insane e vossa em boda
Até ao verão

Deixei na primavera o som do encanto
Riça promessa e sono santo
Já não sei o que é dormir bem

E andei pelas favelas
Do que eu faço
Ora tropeço em erros crassos
Ora esqueço onde errei

E a mim que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual

Vi sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida
Insane e vossa em boda
Até ao verão

E a mim que importa
Se é bem ou mal
Se me falha a cor da chama a vida toda
É-me igual
Vi sem volta
Queira eu ou não
Que me calhe a vida
Insane e vossa em boda
Até ao verão
Deixei na primavera o som do encanto

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Ana Moura
Guitarra Portuguesa: Ângelo Freire
Viola de Fado: Pedro Soares
Contrabaixo: André Moreira
Teclados: João Gomes
Bateria: Mário Costa

miércoles, 15 de agosto de 2012

Samba em préludio



1962 - música de Baden Powell y Vinicius de Moraes


Eu sem você
Não tenho porquê
Porquê sem você
Não sei sem chorar
Sou chama sem luz
Jardim sem luar
Luar sem amor
Amor sem se dar.

Eu sem você
Sou so' desamor
Um barco sem mar
Um campo sem flor
Tristeza que vai
Tristeza que vem
Sem você, meu amor, 
eu não sou ninguem.

Ai, que saudade
Que vontade de ver renascer nossa vida
Volta, querido
Os teus braços precisam dos meus
Meus abraços precisam dos teus

Estou tão sozinha
Tenho os olhos cansados de olhar para o alem
Vem ver a vida
Sem você, meu amor, eu não sou ninguem.

 .....................................................................................................................

Yo sin ti,
No tengo un porqué,
Porque sin ti,
No sé ni llorar
Soy llama sin luz

Jardín sin luna
Luna sin amor
Amor sin dar...

Yo sin ti,

Soy sólo desamor
Soy barco sin mar
Un campo sin flor
La tristeza que va
La tristeza que viene
Yo sin ti, mi amor,
No soy nadie.

Ah, que nostalgia,
Ese deseo de ver renacer nuestra vida,

Vuelve querida, que mis brazos
Precisan los tuyos, 
Y tus brazos precisan los míos.

Me siento tan solo,
Mis ojos están ya cansados
de mirar a la nada,
ven mira la vida
Sin ti, mi amor, yo no soy nadie.

lunes, 18 de junio de 2012

Sabiá, Coração de Uma Viola



Sabiá, Coração de Uma Viola - Aylton Escobar
Texto:  Orlando de Brito
Coro da OSESP
Directora: Naomi Munakata

Ah! coração, Ah! sabiá, minha viola.
Ah! aqui Xui, pixô não vi.
Ah! colher de chá, Marajá
Tudo é meu.
Cantando nas tardes plenas,
somos irmãos, sabiá:
o tempo levate as penas,
o tempo penas me dá.
Tudo que chorei e rí
tudo é meu.
Coração tem dó de mim,
ah! coração tem piedade,
ah! coração tem dó de mim,
coração batendo astendo tão forte assim,
coração vais acordar Saudade,
que dorme dentro de min.
Amor que me faz penar,
amor que me desconsola
morre enforçado ao luar
nas cordas de uma viola.

........................................................................................................................

 ¡Ah! corazón, ¡ah! sabiá*, mi guitarra.
¡Ah! Aquí pajarito, plátano no he visto.
¡Ah! Regalías, marajá.
Todo es mío.
Cantando en las tardes plenas
somos hermanos, sabiá;
el tiempo te lleva las plumas,
el tiempo penas** me da.
Todo lo que he llorado y reído,
todo es mío.
Corazón apénate de mí,
¡ah!, corazón ten piedad,
¡ah!, corazón apénate de mí,
corazón, latiendo así tan fuerte,
corazón va a despertar a la añoranza
que duerme dentro de mí.
Amor que me hace sufrir,
amor que me desconsuela
muere ahorcado a la luz de la luna
en las cuerdas de una guitarra.


Traducción: Lilian Moriani

* Nota de la traductora: Sabiá es un pájaro.
** N de la t.: En portugués pena tiene el mismo significado que en castellano pero pena significa también plumas de ave.

Partitura

jueves, 7 de junio de 2012

Silencio



No digas nada, no preguntes nada.
Cuando quieras hablar, quédate mudo:
que un silencio sin fin sea tu escudo
y al mismo tiempo tu perfecta espada.

No llames si la puerta está cerrada,
no llores si el dolor es más agudo,
no cantes si el camino es menos rudo,
no interrogues sino con la mirada.

Y en la calma profunda y transparente
que poco a poco y silenciosamente
inundará tu pecho de este modo,

sentirás el latido enamorado
con que tu corazón recuperado
te irá diciendo todo, todo, todo.


Francisco Luis Bernárdez

sábado, 2 de junio de 2012



Fui bailar No meu batel
Além no mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu Coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lho digo aonde vou cantar
Sorrir bailar viver sonhar contigo...

viernes, 12 de noviembre de 2010

Carinhoso



Meu coração
Não sei porque
Bate feliz, quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim, foges de mim
Ah! Se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E muito e muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz

..................................................

Mi corazón
No sé por qué
Late feliz cuando te ve
Y mis ojos sonríen
Y por las calles te sigo
Pero aún así, huyes de mí
¡Ah! Si tú supieras
Cuán cariñoso soy
Y lo mucho y mucho que te quiero
Y cuán sincero es mi amor
Sé que entonces no huirías de mí

Ven, ven, ven
Ven a sentir el calor
De mis labios
En busca de los tuyos
Ven a matar esta pasión
Que me devora el corazón
Para que así
Sea feliz, tan feliz


Paulinho da Viola e Marisa Monte

domingo, 1 de agosto de 2010

Lela



Están as nubes chorando
Por un amor que morreu
Están as ruas molladas
De tanto como chovéu

Lela, Lela
Lelina por quen eu morro
Quero mirarme
Nas meninas dos teus ollos.

Non me deixes
E ten compasión de min
Sen ti non podo
Sen ti non podo vtvir.

Dame alento das tuas palabras
Dame celme do teu corazón
Dame lume das tuas miradas
Dame vida co teu dulce amor.

martes, 26 de enero de 2010

Meu fado meu

Trago um fado no meu canto
Canto a noite até ser dia
Do meu povo trago pranto
No meu canto a Mouraria


Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um país sem fim
O mar, a terra, o meu fado

Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado

De mim só me falto eu
Senhora da minha vida
Do sonho, digo que é meu
E dou por mim já nascida ...


Trago um fado no meu canto
Na minh'alma vem guardado
Vem por dentro do meu espanto
A procura do meu fado

Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado

viernes, 25 de septiembre de 2009

Gente da minha terra



Ó gente da minha terra

É meu e vosso este fado
destino que nos amarra
por mais que seja negado
às cordas de uma guitarra.

Sempre que se ouve um gemido
duma guitarra a cantar
fica-se logo perdido
com vontade de chorar.

Ó gente da minha terra
agora é que eu percebi
esta tristeza que trago
foi de vós que a recebi.

E pareceria ternura
se eu me deixasse embalar
era maior a amargura
menos triste o meu cantar.

........................................

Oh Gente de Mi Tierra

Es mío y vuestro este fado
Un destino que nos amarra
Por mucho que sea negado
Por las cuerdas de una guitarra.

Siempre que se oye un gemido
De una guitarra cantando
Uno se pierde de pronto
Con ganas de llorar.

Oh gente de mi tierra,
Ahora es que he percibido
Esta tristeza que trago
Fue de vosostros que la recibí.

Y parecería ternura
Si me dejara embalar
Sería mayor la amargura
Menos triste mi cantar.

miércoles, 16 de septiembre de 2009

Lagrima



Cheia de penas
Cheia de penas me deito
E com mais penas
Com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
O jeito de querer tanto

Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim o castigo
Eu não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo

Se considero
Que um dia hei-de morrer
No desespero
Que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chão
estando o meu xaile
E deixo-me adormecer

Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegria
Me deixaria matar

lunes, 15 de junio de 2009

A chuva caiu



A chuva caiu
Caiu lá na serra
Lavou o meu rosto
Molhou toda a terra
A chuva caiu
Dentro de mim também
Lavou meus pecados
Me fez querer bem.

Inverno que vem
Inverno que vai
Só sei que o amor
Do meu peito não sai
O amor que eu lhe dei
Você desprezou
Fugiu, foi embora
Só tristeza deixou.


La lluvia cayó,
cayó allá en la sierra.
Lavó mi rostro,
mojó toda la tierra.
La lluvia cayó
dentro de mí también,
lavó mis pecados,
me hizo querer bien.

Invierno que viene,
invierno que va.
Sé sólo que el amor
de mi pecho no se va.
El amor que te he dado
lo has despreciado,
ha huído, se ha ido,
sólo queda la tristeza.

miércoles, 10 de junio de 2009

No escojas sólo una parte.



No escojas sólo una parte,
tómame como me doy,
entera y tal como soy,
no vayas a equivocarte.

Soy sinceramente tuya,
pero no quiero, mi amor,
ir por tu vida de visita,
vestida para la ocasión.
Preferiría con el tiempo
reconocerme sin rubor.

Cuéntale a tu corazón
que existe siempre una razón
escondida en cada gesto.
Del derecho y del revés
uno sólo es lo que es
y anda siempre con lo puesto.

Nunca es triste la verdad,
lo que no tiene es remedio.

Y no es prudente ir camuflado
eternamente por ahí
ni por estar junto a ti
ni para ir a ningún lado.

No me pidas que no piense
en voz alta por mi bien,
ni que me suba a un taburete
si quieres, probaré a crecer.
Es insufrible ver que lloras
y yo no tengo nada que hacer.

Cuéntale a tu corazón
que existe siempre una razón
escondida en cada gesto.
Del derecho y del revés,
uno sólo es lo que es
y anda siempre con lo puesto.

Nunca es triste la verdad
lo que no tiene es remedio.

Joan Manuel Serrat

sábado, 21 de febrero de 2009

No teu Poema

No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.
No teu poema
existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura
e aberta uma varanda para o mundo.
Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva, a luta, de quem cai ou que resiste
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonos inquietos de quem falha.
No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.
Existe a noite
o canto em vozes juntas, em vozes certas
canção de uma só letra e um só destino a embarcar
no cais da nova nau das descobertas.
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda me escapa
e um verso em branco à espera do futuro.




No teu Poema, José Luís Tinoco

En tu poema
existe un verso en blanco y sin medida,
un cuerpo que respira, un cielo abierto,
ventana inclinada hacia la vida.
En tu poema hay un dolor silencioso allá en el fondo,
el paso del coraje en casa oscura
y, abierta, una terraza al mundo,
existe la noche,
la risa y la voz repetida a la luz del día,
la fiesta de la Señora de la Agonía
y el cansancio
del cuerpo que se adormece en cama fría.
Existe un río
Y el sino de quien nace débil o fuerte,
el riesgo, la ira y la lucha de quien cae
o que resiste
que vence o adormece antes de la muerte.
En tu poema
existe un grito y un eco de metralla
un dolor que sé de memoria y que no recito
y los sueños inquietos de quien falla.
En tu poema
existe un cantochao alejentano,
la calle y el pregón de una varina,
y un barco empujado a toda vela.
Existe la noche
un canto en voces juntas, en voces ciertas
canción de una sola tetra y solo destino a embarcar
en el muelle de la nueva nave de los descubrimientos.
Existe un río
y el sino de quien nace débil o fuerte
el riesgo, la ira y la lucha de quien cae
o quien resiste,
que vence o adormece antes de la muerte.
En tu poema
existe la esperanza encendida detrás del muro,
existe todo o más que aún se me escapa
y un verso en blanco a la espera del futuro.